No reinado de apresentadoras infantis louras, uma morena se destacou nas décadas de 80 e 90. Eliemary Silva da Silveira, mais conhecida como Mara Maravilha, está completando 30 anos de carreira. Para celebrar, ela prepara um DVD de arquivos e músicas de sua trajetória.
— Tinha muito arquivo e estou fazendo uma seleção. A ideia é também produzir algumas coisas novas, músicas e arranjos — conta ela.
A cantora e apresentadora se interessou pela carreira artística aos 8 anos, fazendo participações na TV Itapoã, da Bahia. Mas, para Mara, o início de tudo foi quando Silvio Santos a descobriu, em 1984.
— Sou muito grata. Foi quem me deu o nome de Mara Maravilha — lembra.
Depois de três anos participando de vários programas no SBT, a menina com jeito de índia ganhou a chance de apresentar o “Show Maravilha”, onde estourou. As comparações com Xuxa e, depois, Angélica eram inevitáveis:
— Eu tinha uma relação bacana com a Xuxa. Com a Angélica não aconteceu tanto. Parecia que a gente vivia em uma luta de boxe, mas não era assim.
Durante essa onda de sucesso, Mara se tornou um símbolo sexual e estampou a capa da “Playboy” em 1990, até hoje lembrada pela rapaziada.
— Não quero apagar, mas tenho o direito de me arrepender. Encontrei com o diretor da revista, certa vez, e ele disse que, hoje em dia, eu valeria muito mais. Mas meu preço só quem paga é Jesus — afirma.
Depois de sete anos, Mara quis a carreira internacional. Foi para a Argentina apresentar o “Show maravilla”. O sonho acabou interrompido pelo vício em remédios para emagrecer:
— De que vale ganhar o mundo todo e perder a alma? Eu sentia um vazio muito grande.
Foi quando Mara teve “um encontro”, tornou-se evangélica e resolveu focar na música gospel. Afinal, durante toda a carreira ela vendeu seis milhões de cópias. O lado apresentadora ficou de lado:
— Gostaria de voltar a apresentar, mas não nos mesmos moldes. Sou como um jogador que está no banco de reserva.
Apesar da carreira bem-sucedida, Mara teve baques na vida pessoal. Não teve filhos, enfrentou duas separações e, no ano passado, teve que lidar com a morte da mãe. Para superar a tristeza, virou vegetariana e buscou uma psicóloga evangélica:
— Eu me considerava forte, mas a morte da minha mãe me fez ver que sou fraca. Mas, com o Deus em que acredito, sou mais do que vencedora.
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